terça-feira, 2 de outubro de 2007

It´s all bullshit!

Ela estava muito confusa, com pensamentos aleatórios, e nem se quer conseguia parar pra pensar em um de cada vez. Uma hora mastigando a lingua, outra hora mordendo os labios de ansiedade, e numa outra qualquer sem conseguir pensar em nada mais ela estava metendo a mão naquele headphone filho da puta, que insiste em enganchar no fio do telefone toda vez que ela levanta.
- Eu já não sei dizer o que é bom ou ruim. Já não sei dizer se estou certa ou errada.
A grande mania dela sempre foi ser mimada e como ela sempre foi muito mimada, a única coisa de que ela tinha certeza no momento, é que as coisas estavam diferentes.
-É... acho que lá no fundo, bem no fundo, a culpa pode ter sido minha.
Mas o negócio é que ela sempre precisou de um alicerce, sempre precisou de um alicerce pra que ela parasse de pensar um pouco em tudo o que a deixava chateada, "um único alicerce" the glue... to hold all the pieces together. que estivesse ao seu lado lhe dando conselhos, sendo seu amigo, seu amor, sua vida, enfim, seu tudo. Ela deixou tudo de lado, passou uma borracha no seu passado esqueceu de tudo e deixou tudo pra depois, quem sabe pra nunca mais. Ela não ligava mais pra nada, a única coisa que lhe importava era o seu alicerce, ele sim era prioridade na sua vida, ela nao se importava mais com ninguém e passava todo o tempo pensando em quando iria encontra-lo. Talvez esse tenha sido o erro, mas ela não se arrepende nem por um segundo, colocou seu alicerce em primeiro lugar na sua vida, e por ter feito isso ela esperava que o seu alicerce fizesse o mesmo por ela, mas nem sempre é desse jeito que as coisas são.
- Por que as coisas não são sempre do jeito que a gente quer? Ou pelo menos do jeito que a gente faz? Pelo menos mais fácil?
Hoje ela não tem duvida alguma de que quer passar o resto da sua vida com ele, mas ele anda balançando demais e as vezes lhe causa náuses, mas não são náuses comuns, são das fortes, ela passa muito mal e ela tem medo, tem muito medo de cair. Mas o que mais lhe causa medo é de se acostumar a isso. Na verdade ela acha que o seu alicerce é que anda meio esquisito, ela queria muito saber por que ele balança tanto.
-Ele era tão forte no início e me fazia sentir tão segura lá em cima, bem no topo dele.
Ela acha que são por coisas que ja aconteceram antes...
-Ele quer me proibir de falar naquelas coisas, se possivel nem se quer falar.
Deve ter um jeito de fazer as coisas voltarem ao normal.
-Será que consigo enterrar tudo isso? Fazer uma bela e grande sepultura com tudo o que nós incomoda?
Talvez... talvez a solução seja contratar um engenheiro para ver onde o defeito pode estar escondido.
Mas o principal é:
-Ele quer ser consertado?

Um comentário:

Unknown disse...

É que as vezes a gente não percebe, mas as paredes que pareciam de concreto duro, por dentro escondem um barro mole, que não é tão impermeável como pensávamos. Mas o alicerce continua o mesmo, forte duro preso incansável, lá embaixo ele aguenta tudo, por mais que a dor de cabeça seja inevitável a essa altura.

Talvez a vida seja isso mesmo, uma construção inacabada, em que dia após dia, nós temos que colocar mais concreto e menos pedra pra aguentar o tranco. ela não espera.



Ele continua o mesmo, é só um dia negro na terra do nunca. blame it on me. Vamos vivendo. Te amo, minha porta.